terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

PERSONAGENS BÍBLICOS

Daniel e a Cova dos Leões

Pastor Gilberto Stefano
Tema: A vida de um homem de fé num mundo sem Deus.
Daniel, o profeta, é muito conhecido por ter sido jogado na cova dos leões e de lá ter saído ileso. No entanto, há alguns detalhes nessa história que revela o comportamento de um home de fé num mundo Deus.

Daniel tinha aproximadamente 90 anos. Desde o começo sua história é cheia de provações onde sua fé foi provada e aprovada. No entanto, em nenhum momento de sua vida ele atravessou um momento tão difícil aos olhos dos homens do que no final de sua vida. O que nos chama a atenção é justamente seu comportamento em meio as dificuldades. Mostrou com suas atitudes que era um homem de fé, e um homem de fé tem plena confiança em Deus.

I. A vida de um homem de fé está em contraste com o espírito deste mundo:
A. É dito que em Daniel se achava um espírito excelente:
1. Alguém pode dizer que isso foi uma inferência apenas do Espírito Santo, para distingui-los dos demais;

2. Mas vejamos, que mesmo uma pessoa mais velha como a mãe de Belsazar, ao se referir a ele, vê nele este espírito excelente (5:11);
3. Mesmo o velho Nabucodonozor podia ver em Daniel um espírito excelente, o qual ele denominou, o !espírito dos deuses santos? (4:9).
B. Já os homens de seu tempo tinha um outro espírito, o espírito deste mundo: 1Co 2:12

? Ora, nós não temos recebido o espírito deste mundo, e sim o Espírito que vem de Deus para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente?
1. O espírito deste mundo é revelado no comportamento dos homens carnais;
2. Podemos dizer que as obras da carne revelam as características deste espírito, mas destacamos algumas coisas aqui: Tais como: Competições, materialismo, ódio, inveja, guerras, prostituições, etc
C. Se o espírito que os move é diferente, podemos afirmar que a visão dos dois sobre o mundo é diferente também:

1. O homem sem Deus vê o mundo como um grande palco onde ele deve mostrar toda sua força, todo seu talento, toda sua beleza, e toda sua astúcia para ser o mais importante entre os homens;
2. O servo de Deus vê o mundo como uma oportunidade de servir e agradar seu Deus;
D. A vida em si se contrasta entre estes dois tipos de homens:
1. Nos homens do tempo de Daniel percebemos as obras infrutuosas da carne, e sua PREOCUPAÇÃO ANGUSTIANTE por Daniel ser cotado para estar acima deles;
2. Em Daniel o que vemos é uma paz, e uma segurança no que diz respeito a soberania de Deus;

E. Já pensou se Daniel fosse viver de acordo com as paixões dos homens e concorrer com eles no excesso da devassidão?
1. Ele está aqui com mais ou menos 90 anos de idade, e ainda era uma referência de sabedoria e dedicação no seu trabalho, e sem usar os artifícios humanos;
2. Se fosse entrar na concorrência do excesso da devassidão dos homens do seu tempo, com certeza, jamais teria vivido uma vida tão em paz quanto ele viveu;
F. Lembremos: Daniel teve muitos motivos para agir segundo o espírito deste mundo!
G. Daniel nos ensina a não nos envolver no espírito de competição mundano dos carnais:

?No tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus. Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, barracharias, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias. Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão? 1Pe 4:2-4

II. A vida de um homem de fé em Deus não é a isenção da maldade e perseguições deste mundo:
A. O homem de Deus não precisa fazer nada para ser perseguido, pois o simples fato de não concordar com a vida dos mundanos já lhe acarreta retaliações;
B. Daniel foi pego por causa da sua integridade:
1. Veja o ardil dos inimigos: ! Nunca acharemos nele ocasião alguma para acusar este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus? (v.5);
2. Atingiram Daniel quando redigiram uma lei que o fazia estar contra o seu Deus;

C. Pensemos nesta lei e seu efeito nos dias de hoje!
1. Causaria pouco impacto numa cristandade idólatra e nominal;
2. Mas em Daniel lhe roubava todo o consolo e prazer deste humilde servo;
D. Que alerta para o verdadeiro crente! Será ele perseguido pelo crê, e pelo seu grau de comunhão com Deus? 2Pe 2:19-21;
E. Se um dia você se sentir perseguido por causa de sua comunhão com Deus, lembre-se da oração de Jesus; !Assim como me perseguiram a mim, perseguirão a vós?.

III. O homem de fé sabe o que fazer diante de uma situação angustiante: v. 10
A. Ele poderia ter uma atitude normal para o mundo:
1. Fugir e sair correndo de medo como os israelitas;
2. Apelar para as obras da carne como fez Saul;
3. Ficar se queixando ou afrontar uma lei tão injusta;
B. Mas o que fez?

?Daniel, pois, quando soube que escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças a Deus, como costumava fazer?
A vida de Daniel era uma vida de oração;

Ele ensinava seus amigos a necessidade da oração;
Deus era capaz de enviar anjos para responder suas orações;
C. Daniel manteve seus hábitos religiosos:
1. Sua fé foi corajosa e sem exibicionismo público;

2. Não houve ostentação da religião;
3. Humildemente colocou-se de joelhos e dava graças a Deus;
4. Se não pudermos evitar o efeito da maldade devemos evitar que os mesmos nos afastem de Deus e nos leve a desacreditar do poder de oração;

D. O homem do mundo jamais faria isto:
1. Certamente se conformaria com as leis;
2. Talvez se revoltaria: !Que é o Todo Poderoso para que nós o sirvamos? E que nos aproveitará que lhe façamos orações??
E. Daniel tinha prazer em falar com Deus e Deus tinha prazer em ouvi-lo:
? Agrada-se o SENHOR dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia? (Sl 147:11)

IV. O homem de fé sente-se em paz nas piores circunstâncias:
A. É dito que apesar de suas orações ele foi lançado na cova dos leões; v.16;
B. Em todo o relato não vemos, em nenhum momento, Daniel orando para que Deus o livrasse da cova:
1. Em paz ele permitiu que o lançassem aos leões;
2. Se alguém se empenhou foi o rei (v.14);

C. Uma nota importante: Na atitude do rei ponderemos em quantas vezes por falta de raciocínio ou teimosia praticamos ou falamos coisas que não tem volta;
D. O contraste da paz do crente e do tormento do descrente pode ser visto nas atitudes de Daniel na cova e do rei em seu leito de dormir:
1. Daniel ficou em paz, mesmo na companhia dos leões;
2. O rei ficou sem dormir, porque não conhecia Deus, apesar de seu zelo por Daniel;
3. Daniel estava em paz porque estava com ele;

V. O homem de Fé encontrou no momento mais crítico de sua vida as mais belas experiências:

A. Vemos nas experiências de Daniel como Deus sempre o colava numa situação inédita, e sempre, num maior grau de dificuldade;
B. O menino que começou sendo provado com um prato de comida terminou suas provações sendo o prato de comida dos leões. Venceu na primeira e saiu vitorioso na última;
C. Foi na cova dos leões que Daniel:
1. Encontrou com o anjo do Senhor;
2. Experimentou mais uma vez o prazer de confiar nele;
3. Teve que ser totalmente dependente de Deus;
D. Se Deus não quer nos salvar da cova, quer que, estando lá, confiemos nEle;

Autor: Pastor Gilberto Stefano


A VISÃO DE DEUS SOBRE SUA IGREJA

Pastor Gilberto Stefano
A forma que o homem vê a igreja é de suma importância, pois como ele imagina no seu coração assim será. Resta saber se o homem vê a igreja da mesma forma que Deus. Por melhor que pareça minha visão sobre ela, se não estiver de acordo com os olhos de Deus, não passa de uma ilusão ótica a respeito da verdade.

Muitas pessoas têm uma visão distorcida sobre o papel, a natureza, o alvo e a esperança da igreja. Na verdade nem sabem do que tratam essas coisas. Alguns pensam na igreja como se fosse um clube social, onde vão para passar o tempo e bater papo nas rodinhas de café ou chá. Outros a vêem como um Teatro, onde a cada culto terá obrigatoriamente que ser recheado de artistas e novidades. Tem até coreografias!

Não faltam aqueles que a imaginam como o grande barco que salvará aqueles que estiverem dentro dele. E ainda podemos mencionar o mal de achar que a igreja é o meio mais fácil de ganhar o mundo e suas riquezas. "Lá ficarei abastado", crêem os gananciosos mal informados.
Que grande responsabilidade assumem aqueles que desejam organizar uma igreja dentro do padrão bíblico! Os que isso pretende devem observar fielmente as figuras da igreja e compreendê-las como uma revelação de Deus sobre seu papel, sua natureza, seu alvo, e sua esperança neste mundo.

A Igreja vista como uma !Coluna? e !Esteio? da Verdade - (1Tm 3:15) "Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade."
Paulo chama a Igreja de coluna, ou seja, O SUPORTE, aquilo que deve sustentar a Verdade; Quando falamos da !Verdade? certamente estamos falando da Palavra de Deus, pois que é dito:?Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." (Jô 17:17), e ainda,

!A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre? (Sal 119:160)
Temos a verdade sobre o pecado; sobre a redenção; sobre a santificação; sobre as ordenanças; sobre a igreja, etc.
As igrejas verdadeiras são a depositárias autênticas desses ensinamentos preciosos, e devem sustenta-los com toda firmeza;

Que peso de responsabilidade repousa sobre a igreja de Cristo: Preservar e difundir a verdade num mundo cheio de mentiras! A verdade só pode ser preservada neste mundo pelo ministério da Igreja.
Pensemos em como a verdade dá FORÇA e SEGURANÇA para aqueles que estão debaixo dela. Nada pode com a verdade senão a própria verdade. A verdade deu força e segurança aos apóstolos de enfrentarem os fariseus, os soldados e até os imperadores;

Um bom operário na construção civil sabe da importância de uma coluna quando ele está debaixo dela trabalhando. Assim será com os membros de uma igreja, sentir-se-ão dispostos e seguros por suas doutrinas verdadeiras. Mas que medo sentiria ele se soubesse que a coluna é falsa e pode ruir a qualquer momento?

Ser uma coluna e esteio foi o propósito de Deus para a vida de Jeremias, quando chamou-o de !coluna de ferro?. Jr 1:18-19. Ele estaria em posse da verdade de Deus, e muitos lutariam contra essa verdade. Como coluna ele iria sustentá-la, permanecer firme e inabalável no testemunho, e resistir até o fim! De fato, as páginas sagradas revelam a firmeza desse profeta e como foi realmente uma coluna no seu tempo, preferindo atolar-se na lama do calabouço a abrir mão da verdade de Deus para seu povo (Jr 37 e 38).

Duas condições são imprescindíveis para que a igreja seja coluna da verdade:
1. Precisa possuir essa verdade; Como pode uma instituição ser esteio da verdade se não a possui? Que adianta ter o nome de igreja e não possuir as características do evangelho? Muitas igrejas não possuem a verdade sobre o batismo, sobre a Ceia, sobre a Salvação pela Graça, etc.
~
2. Deve ser fiel e viver a essa verdade. Não adianta possuir a verdade se não queremos ser exatos na sua observância; Os talentos foram distribuídos a todos, mas houve fiéis e infiéis;

Que nossa coluna seja firme, e não se abale como a coluna dos filisteus, pois se assim acontecer, terá a mesma sorte daqueles incircuncisos.
A Igreja vista como uma Casa - (1Tm 3:15)

Paulo também chama a igreja de ?Casa do Deus Vivo?: (1Tm 3:15). A igreja é uma casa para os membros da família local. Há boas razões para Deus chamar a igreja de "minha casa", pois ele não só nos tem recebido como filhos , mas também ele mesmo habita pessoalmente em nós. Sendo a igreja um grupo de cristãos, há um ajuntamento, e esse ajuntamento é a casa de Deus.

Uma casa é primeiramente um ponto de encontro. O homem tem uma vida agitada. Uns precisam trabalhar, outros estudar, outros viajar; Mas alguns precisam ficar nela para quando estes voltarem ter a alimentação e o cuidado que vão precisar. De qualquer forma a CASA é onde todos podem se encontrar.

A igreja primitiva tinha um lugar, um ponto de encontro: Quando vos reuni no mesmo lugar? ! 1Co 11:20, disse Paulo a enorme igreja de Corinto. Por maior que ela fosse era necessário um lugar para se reunirem.
Um homem sem casa é considerado "andante". Da mesma forma um crente sem a igreja seria como um andarilho pelas ruas. Se alguém perguntasse: "Onde você mora?", então ele não teria resposta.

Portanto como casa a Igreja é o ponto de encontro dos irmãos. É onde se reúnem para receber o ensino do Pai; É o lugar onde se reúnem em volta da Mesa, e tomam a Ceia do Senhor; É o lugar onde se resolvem os problemas da família. É o lugar onde um irmão certamente encontrará o outro. É o lugar onde recebem o conforto uns dos outros. E é ainda o lugar onde podem repousar de seus problemas e restaurarem suas forças.

Bendito lugar de encontro, e bendito aquele que pode dizer como o salmista: "Alegrei-me quando me disserram, vamos a Casa do Senhor" (Sl 122:1). Sim, "Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente." (Selá.) (Sl 84:4)
A Igreja como casa deve apresentar um ambiente de ordem. Cada membro deve cumprir seu papel e seu dever. Cada um no seu lugar. Uma igreja desorganizada representa muito mal o Evangelho de Cristo; Nessa casa deve haver respeito e harmonia entre seus membros. A falta de ordem ou respeito por ela e dentro dela deve consumir o coração dos crentes de tristeza, tal como aconteceu com Cristo: "O zelo da tua casa me devorou" (Sl 69:9).

Nessa casa também deve haver disciplina e respeito entre os irmãos e à autoridade imposta. "A santidade convém à tua casa, SENHOR, para sempre." (Sl 93:5). Uma casa sem disciplina é uma vergonha no local onde ela se encontra. Os vizinhos vêem, comentam e escarnecem.

Da mesma forma a igreja de Cristo, deve possuir uma disciplina firme, pois sem correção os seus membros tenderão a reviver os dias dos juízes: "Cada um fazia o que bem parecia aos seus próprios olhos". Deve ela manter o padrão bíblico de disciplina e não trazer para dentro dela os maus costumes do mundo, antes, resisti-lo e condená-lo com veemência.

A Igreja vista como um corpo - (1Co 12:12-13)
"Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo"

Se é um corpo devemos analisar qual é a origem desse corpo. Se eu, pastor Gilberto, resolvo construir um corpo de barro, com certeza ele será apenas um monte de terra ajuntado. Se eu dividir meu corpo para formar outro, tirando dele alguma parte, com certeza, além de não ter vida na nova criação, irá fazer falta naquele que ficou, causando-lhe percas irreparáveis.

A igreja de Cristo tem sua origem na pessoa de Cristo, quando ele disse: "Edificarei a minha igreja..." (Mt 16:18). Da mesma forma que só Deus podia criar uma tal coisa como o ser humano, só ele podia criar uma instituição como a igreja.
A cabeça desse corpo é Cristo. Se sou for olho, dente, perna, braços, ou qualquer outra parte dele é de pouca importância. Só não posso ser cabeça, porque "Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo." (Ef 5:23)

A Característica principal de um corpo é se ele tem vida. Um corpo sem vida não é corpo, é cadáver. Por mais eloqüente que fosse, por maior que tenham sido seus talentos, e por mais forte que tenha sido seus músculos, se está morto já não existem mais. Foi-lhe a Palavra, o talento e a força. Uma estátua também não é um corpo, e mesmo que se pareça com um, não se movimenta, não tem fome e não se reproduz.

A vida é tudo numa igreja, e essa vida é dada por Jesus. Quando a vida se vai os vermes compreendem que chegou a sua hora.
O corpo também se caracteriza pela unidade de seus membros: "Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo."

É dito que são um só corpo. Isto é, trabalham para o mesmo fim. Precisam ter os mesmos interesses. Trabalham para o mesmo Senhor. Essa idéia fica clara quando lemos as palavras de Paulo aos coríntios:

"Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer." Nunca vi os braços de um corpo vivo indo para um lado e suas pernas para o outro. Ao menos que foram amputadas as pernas deveriam ir onde os braços estão indo, e o mesmo se pode dizer dos braços.

A importância da unidade pode ser notada pelas palavras de Paulo aos coríntios: "Sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco." (2Co 13:11). Sim, o amor de Deus e sua bendita paz são frutos dessa união entre os irmãos da igreja. No Corpo todos os seus membros são úteis. "Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?" (1Co 12:16)

Paulo afirma que todos os membros do corpo tem uma utilidade, "e que a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil... De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé. Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria." (1Co 12:6 e Rm 12:6-8).

A igreja deve ser assim. Uns visitam, outros evangelizam, outros varrem, outros oram; outros pregam, e se existe alguns que fazem as diversas funções, bendito seja Deus. Mas não queira ser todo o corpo se é apenas um membro. Não ser útil é errado, mas querer ser todo o corpo é mais errado ainda.

No corpo os membros dependem um dos outros. Há dois males que podem surgir entre os membros: A mania de grandeza, "O olho não pode dizer a mão: Não necessito de ti." (12:15), e o complexo de inferioridade "Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?" (12:15). Para combater esses dois males Paulo disse: "os membros mais fracos são necessários" (12:22).

Não há um lugar onde as pessoas são mais interdependentes do que na igreja de Cristo. Os olhos vêem o copo, mas não pode pega-lo, precisa das mãos, e esta dos pés para que chegue até ele, mas de nada valerá o trabalho se a boca não estiver pronta para abrir e matar a sede. Seria uma ironia todo esse trabalho e a boca permanecer fechada. !is Deus que fosse assim para que "tenham os membros igual cuidado uns dos outros" (12:25). No corpo todos os membros são honrados: "Os que reputamos menos honrosos no corpo a esses honramos muito mais".

Comungam no sofrer e na alegria. "De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele." Ferimos a mão? Todo o corpo sofre; O olho recebe um elogio? Todo corpo se alegra. Repartem entre si os momentos de alegria e tristeza, de descanso e de trabalho. Os membros do corpo não vivem para si mesmos.

A mão não trabalha para seu próprio sustento, mas para o do corpo todo.
O Corpo precisa ser conservado ou morrerá; Precisa ser nutrido, de acordo com o crescimento: Leite para os recém-nascidos; e carne para os adultos. Precisa ficar manter a higiene mental e física. Precisa estar ativo, senão ele atrofia. Precisa amputar os membros que podem levá-lo a morte.

A Grande missão do Corpo: "Crescer e multiplicar-se" (At 2:42-47). Nosso Senhor Jesus Cristo disse que "ninguém pode acrescentar um côvado a sua altura" (Mt 6:27). Da mesma forma é o crescimento da igreja: É dado Deus (1Co 3:6). Mas isso não nos exime de plantar e regar, pois que temos a semente santa, a Palavra de Deus, e é necessário espalha-la ao mundo perdido. O lema paulino para a contribuição deve ser lembrado pelos membros da igreja sempre: "o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundancia, em abundancia ceifará" (2Co 9:6).

Pois que o mesmo apóstolo disse: "Como crerão se não há quem pregue, portanto, "preguemos, a tempo e fora do tempo". Que em nossos ouvidos esteja sempre ecoando as palavras de Paulo aos coríntios: "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor." (1Co 15:58)

A Igreja vista como um luzeiro - (Mt 5:14 e Ap 1:20)

Jesus considerou o grupo de crentes como "A luz do mundo", e suas igrejas como "Candeeiros". Como candeeiro ela é vista pelos homens: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." (Mt 5:16). A igreja precisa se esforçar para manter erguida sua lâmpada, de tal modo que muitos a vejam, e conheçam a verdade sobre Cristo e sua obra gloriosa na cruz.

A Igreja vista como uma noiva - (2Co 11:2 e Ap 22:17)
"Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo." E, "A noiva diz vem"

A Igreja vista como uma noiva é uma das figuras mais delicadas de toda a Bíblia. Imaginar isso é entrar no coração de Deus, dAquele que tem uma festa preparada para comemorar "As Bodas do Cordeiro" com sua noiva.
Como noiva ela é o objeto de desejo noivo ! que é Cristo; "Como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus." (Is 62:5).

Toda noiva que se preze há de manter um padrão de pureza e separação. A pureza não depende de bens materiais nem de cultura. Pureza tem a ver com o caráter. A pureza da igreja se mede pela pureza de seus membros; A noiva deseja agradar o noivo. Eu sou do meu amado, e ele me ama." (Ct 7:10). Agradar implica em fazer o que ele ordena; Cabe a igreja pregar, fazer discípulos e batiza-los; A noiva se apronta para o dia do casamento. Da mesma forma que uma noiva procura se aprimorar nas artes culinárias, fazer seu enxoval, e manter a vigilância quanto ao dia que se aproxima, tal deve ser o papel da igreja.

"Conheçamos e prossigamos e conhecer o Senhor". Não sejamos como as cinco virgens despreparadas, que tinham luz por causa do pavio e não por causa do azeite, pois sem o Espírito Santo nenhuma igreja pode estar preparada para receber o noivo celestial. O Espírito Santo prepara a igreja em fazê-la familiarizar-se com a Palavra de Deus.
A noiva aguarda ansiosa e confiante "o dia das bodas". Sabe que o noivo virá buscá-la e a desposará para sempre. Ela confia nas palavras do noivo que disse: "E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." (Jo 14:3). Que grande festa será no dia em que Cristo


Quem era a mulher de Caim?


Em seu livro Erros que os pregadores devem evitar (veja a postagem anterior), precisamente à pp. 91/92 da 8ª edição (Rio de Janeiro: CPAD, 2006), o Pr. Ciro Sanches Zibordi deixa algumas perguntas ao leitor, como exercício de hermenêutica. Que bom! Façamos o exercício, ou melhor, tentemos fazê-lo. A primeira questão é a seguinte: "quem era a mulher de Caim"? Afinal, com quem ele se casou, se até então o Livro de Gênesis trata apenas de quatro pessoas, a saber, Adão, Eva, Caim e Abel? Como resolver isso?

Estamos em Gn 4.16,17, bem no início da Bíblia.

(1) Observemos quatro diferentes traduções para o mesmo texto: "E saiu Caim diante da face do SENHOR e habitou na terra de Node, da banda do oriente do Éden. E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu e teve a Enoque; e ele edificou uma cidade e chamou o nome da cidade pelo nome de seu filho Enoque" (Almeida Revista e Corrigida ou ARC). "Retirou-se Caim da presença do SENHOR e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden. E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho" (Almeida Revista e Atualizada ou ARA).

"Caim se retirou da presença de Iahweh e foi morar na terra de Nod, a leste de Éden. Caim conheceu sua mulher, que concebeu e deu à luz Henoc. Tornou-se um construtor de cidade e deu à cidade o nome de seu filho, Henoc" (Bíblia de Jerusalém ou BJ).
"Então Caim afastou-se da presença do Senhor e foi viver na terra de Node, a leste do Éden. Caim teve relações com sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Enoque. Depois Caim fundou uma cidade, à qual deu o nome do seu filho Enoque" (Nova Versão Internacional ou NVI).*

Note-se que, enquanto a ARC e BJ usam o verbo "conheceu", dando a entender, para nossas mentes modernas, que Caim deparou com sua esposa na terra de Node, a ARA e a NVI usam expressões diferentes: "coabitou" (ARA) e "teve relações" (NVI), o que oferece a possibilidade de que Caim já era casado quando saiu peregrinando a partir do Éden.

O verbo "conhecer" é também empregado na ARC com o sentido de ter relações sexuais nas passagens de Gn 4.1 e 25, pelo menos (A Bíblia de Estudo Pentecostal tem uma nota acerca disso, para Gn 4.1).
Desse modo, não é que Caim tenha conhecido sua esposa numa terra chamada Node. O que ocorreu foi que ele teve relações com ela na terra por onde peregrinava, porque Node ou Nod significa justamente "peregrinação", segundo a Bíblia Anotada e a NVI, além da BJ, na edição de 2002, ligar esse nome ao caráter "errante" de Caim, conforme Gn 4.14.

Sendo assim, Caim deve ter saído do Éden com sua esposa, foi peregrinando, teve relações com ela, e não só formou uma família como fundou uma cidade.
(2) É necessário recorrermos a algumas informações técnicas: Vejamos o que diz a Bíblia Anotada para Gn 4.17, quanto à mulher de Caim: "Obviamente uma filha de Adão (cf 5:4). Pode ter sido uma irmã, sobrinha ou até mesmo sobrinha-neta de Caim. Já que os sistemas genéticos de Adão e Eva não continham genes mutantes, tal casamento não seria perigoso então, como é em nossa época..." (São Paulo: Mundo Cristão, 1994).

O Novo Comentário da Bíblia anota o seguinte, sobre a frase "conheceu Caim a sua mulher": "Sua mulher era uma das filhas de Adão. Não há motivo para supor-se que Caim já não estivesse casado antes de cometer o assassinato; nem de supor-se que, presumindo que ainda não se tivesse casado, que ele ocasionalmente não retornasse ao seu antigo lar, no decurso de suas peregrinações, e não tivesse escolhido para si uma irmã como esposa, numa dessas ocasiões" (São Paulo: Vida Nova, 1963, V. I, p. 89).

E ainda a Bíblia de Estudo Pentecostal: "Adão e Eva tiveram outros filhos e filhas (5.4). Caim, portanto, deve ter se casado com uma de suas próprias irmãs. Semelhante relacionamento foi uma necessidade, no início. Posteriormente, devido à proliferação dos funestos efeitos da queda e os casamentos entre parentes multiplicarem as anomalias biológicas nos filhos, esse tipo de casamento foi proibido (Lv 18.6,9; 20.12,17-21; Dt 27.22,23)".Ora, em algum momento, que não podemos precisar, Caim tomou uma de suas parentas como esposa.

(3) Olhemos ainda o contexto:

Em Gn 4.15, há um indício de que já existiam mais pessoas habitando a Terra, fora do Éden (?) ou de que isso poderia vir a ocorrer logo: "...E pôs o SENHOR um sinal em Caim para que não o ferisse de morte quem quer que o encontrasse". E o próprio Caim diz "quem comigo se encontrar me matará" (Gn 4.14).

Não pode haver dúvidas: havia ou haveria mais pessoas naquele momento, só não podemos precisar quando elas nasceram. Mas o certo é que vieram de Adão e Eva, os primeiros habitantes da Terra, criados por obra singular de Deus, sendo Adão considerado nosso ancestral comum (Gn 1.26,27; 2.7, 18-25; Lc 3.38; Rm 5.14; I Co 15.22, 45; I Tm 2.13).

Os demais seres humanos nasceram por reprodução sexual, não pelo procedimento empregado ali. Veja-se que em Gn 5.4 está escrito que, depois do nascimento de Sete, Adão e Eva tiveram "filhos e filhas". Certamente Caim se casou com uma dessas mulheres.

(4) Ainda sobre o contexto:

Devemos compreender também que naquela época o Ser Humano tinha uma expectativa de vida mais ampla do que a nossa. Adão viveu 930 anos (Gn 5.5), e tinha 130 anos de idade quando gerou Sete (Gn 5.3).

Não precisamos entender diferente porque o texto é claro nesse sentido, o que pode ser explicado por condições ambientais distintas do que temos hoje, tendo em vista as conseqüências do pecado.

(5) Conclusão:

Considerando todos esses elementos, minha conclusão é que a esposa de Caim era descendente de Adão e Eva, não sei em que parentesco; a terra de Node é na verdade a terra pela qual Caim andou errante; circunstâncias biológicas podem explicar tanto a reprodução normal entre parentes como o maior tempo de vida desses nossos distantes ancestrais.

*Os grifos são meus.
** Quando não citei a tradução foi porque usei a ARA.


“Que é o homem?”

“Que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste” (Salmo 8:4-5 RC). Ele é alguém feito um pouco menor que os anjos. Apesar de ser feito na imagem de Deus, ele é feito do pó da terra (Gênesis 2:7) e, ao morrer, voltará ao pó. Deus disse a Adão, “...tu és pó e ao pó tornarás” (Gênesis 3:19).

A respeito do corpo do homem Paulo disse, “Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual...” (1 Coríntios 15:44). Neste “corpo espiritual” o homem alcançará alturas espirituais que são fora do seu alcance enquanto estiver no corpo mortal na terra. Cristo fala dos seus que são ressuscitados – “Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição” (Lucas 20:36). Os filhos de Deus, feitos pouco menor do que os anjos, na ressur-reição serão iguais aos anjos.

–por Billy Norris


Abraão Creu em Deus"

Ser justificado é ser declarado "isento de culpa", e esse estado pode ser obtido diante de Deus somente de duas formas: obedecer à lei tão à risca que nunca pequemos (Romanos 2:13; Galátas 3:10-14) ou, havendo pecado, receber o perdão de Deus. Visto que "todos pecaram" (Romanos 3:23), buscar justificação por meio de um sistema de lei é se pôr debaixo da maldição (da perfeição exigida). A salvação deve ser encontrada em Cristo, que nos redimiu da maldição da lei, "fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar" (Galátas 3:13).

Mas isso exige "fé" em Cristo (Romanos 3:24-26). É nesse contexto que Paulo conclui: "o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei" (Romanos 3:28). Ele nos afirma que isso não anula a lei, mas a confirma (Romanos 3:31, o texto grego, de fato, não tem artigos antes da palavra lei).

Quando Paulo apresenta Abraão como exemplo de alguém justificado pela fé (Romanos 4:1-5), ele está contrapondo a confiança humilde na misericórdia de Deus (para o perdão, Romanos 4:6-8) com a confiança arrogante em si mesmo (para obedecer à lei à risca, Romanos 4:4). Atenção: "se Abrão foi justificado por obras, tem de que se gloriar" e "o salário . . .é considerado . . . como dívida" (Romanos 4:2, 4). Nesse contexto, quem "não trabalha" se refere àquele que reconhece suas falhas, não reivindica justiça baseando-se na "lei", mas "crê naquele que justifica o ímpio"

(Romanos 4:5). Tudo se esclarece quando se leva em conta o contexto. Mas para os que acreditam que o homem é totalmente depravado e tem que ter alguma regeneração miraculosa, a "fé" de Abraão se torna uma "experiência" ou "fé somente", e pensa-se "não pelas obras" nega a relação entre a obediência da fé e a justiça. Se quisermos ter fé como Abraão, precisamos entender a qualidade e o caráter desta fé.

Antes de Abraão deixar a Mesopotâmia, Deus apareceu-lhe com um chamado e uma promessa (Atos 7:2-4). Abraão "obedeceu" e "partiu" pela fé (Hebreus 11:8-10). Mais tarde, aos 75 anos de idade, saiu de Harã para Canaã (Gênesis 12:4). Deus apareceu para ele em Siquém, e somos informados de que construiu altares para o Senhor e "invocou o nome do Senhor" (12:7-8; 13:4, 18).

Quando irrompeu a guerra e Abraão resgatou a Ló, ele pagou o dízimo a Melquisedeque, o sacerdote de Deus; e Melquisedeque, tipo de Cristo, abençoou "a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo" (14:18-19). Tudo isso antes de se dizer a respeito de Abraão: "Ele creu no Senhor, e isso foi lhe imputado para justiça" (Gênesis 15:6). Claramente, esse testemunho específico não caracteriza uma "experiência de fé" inicial.

Aliás, a declaração "ele creu . . . e isso foi lhe imputado para justiça" se faz em três períodos completamente diferentes da vida de Abraão. 1) Em Gênesis 15:6, quando foi informado de que teria inúmeros descendentes, ele demonstrou a continuidade da fé que havia muito se tinha firmado (acima). 2) Romanos 4:19-22 nos conta que, por volta dos 100 anos, ele creu em Deus com respeito ao fato de Sara ter um bebê, "e isso foi lhe imputado para justiça".

Novamente, 3) quando Isaque era "rapaz" (crescido o bastante para levar lenha para o monte com seu pai S Gênesis 22:6), a fé de Abraão foi provada, e conta-se que ele "creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça" (Tiago 2:23). A "fé" de Abraão não era nenhuma experiência miraculosa. Era uma vida de obediência e serviço humildes de acordo com a vontade revelada de Deus. A justificação não era um acontecimento isolado no tempo, mas acompanhou a fé de Abraão por toda a vida.

Abraão não mereceu nem ganhou como salário a justificação, tampouco a vida perfeita de Cristo foi "imputada a ele". Romanos 4:3 afirma: "isso [a fé dele] foi lhe foi imputado para justiça". Essa "bênção" é então definida como o perdão dos pecados (4:6-8). O meio de obtermos a salvação é Jesus Cristo, a operação é o perdão, e a condição é a fé, conforme determinado e exemplificado na vida de Abraão.

Nós nos aproximamos de Cristo "mediante a fé . . . porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes" e nos tornarmos descendentes de Abraão (Gálatas 3:26-29). Quando a nossa fé é bastante parecida com a de Abraão para fazermos o que ele mandar, recebemos o perdão dos pecados passados. À medida que continuamos a caminhar na vereda da fé, confessando os pecados e pedindo perdão, temos Cristo como advogado e veículo de misericórdia no futuro (1 João 1:5-2:2).

Observe em Hebreus 11 as características da fé de Abraão. Era centrada em Deus, não nele mesmo. Levava-o a obedecer, "sem saber aonde ia".  Pela fé, ele buscou uma cidade celeste e tinha alvos eternos. Sua fé foi tal, que ele não vacilou, nem olhou para trás. Ela permitia que ele enfrentasse a dura prova de oferecer o filho. Não admira que a afirmação foi repetida várias vezes de que sua fé lhe foi imputada por justiça. E Paulo disse aos romanos:

"E não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta, mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor" (Romanos 4:23-24). humanos a não passarem pela morte. O que poucos sabem é que há também no Gênesis um outro Enoque, que inclusive o precede:

Os dois Enoques

Jarede viveu cento e sessenta e dois anos, e gerou a Enoque. Viveu Jarede, depois que gerou a Enoque, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas. Todos os dias de Jarede foram novecentos e sessenta e dois anos; e morreu. Enoque viveu sessenta e cinco anos, e gerou a Matusalém. Andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos; e gerou filhos e filhas. Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos; Enoque andou com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus o tomou.” (Gênesis 5:18-24)

Enoque é uma das personagens bíblicas mais conhecidas, por ser um dos únicos seres
“Então saiu Caim da presença do Senhor, e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden. Conheceu Caim a sua mulher, a qual concebeu, e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade, e lhe deu o nome do filho, Enoque.” (Gênesis 4:16-17)

Há grandes diferenças entre esses dois homens, ainda que tivessem o mesmo nome, e ambos fossem descendentes de Adão. Vejamos as quatro principais, para entendermos o que os dois Enoques significam pra nós. A primeira diferença é que um descendia de Caim, e outro de Sete, substituto de Abel.

Como se sabe, Caim matou a seu irmão Abel, e foi amaldiçoado pelo Senhor por isso; no entanto, Deus deu a Adão e Eva outro filho no lugar de Abel, chamado Sete. Assim, a primeira diferença entre o Enoque de Caim e o de Abel é que um descende do primeiro homicida, e o outro do substituto da primeira vítima. A segunda diferença notável é que a Bíblia nada fala sobre o tempo de vida do Enoque de Caim, enquanto que sabemos todos os dias da vida do Enoque de Sete: trezentos e sessenta e cinco anos, um ano de anos.

A terceira diferença não é tanto entre os Enoques, mas entre seus pais. O Enoque de Caim foi o primogênito de Caim, e teve uma cidade edificada com seu nome. Já o primogênito de Sete foi Enos, em cujos dias os homens começaram a invocar o nome do Senhor. Assim, vemos no Enoque de Caim o estabelecimento do nome do homem, e no Enoque de Sete, o estabelecimento do nome de Deus. Finalmente, a diferença mais notável entre os dois Enoques é que o Enoque de Caim morreu, mas o Enoque de Sete foi trasladado para não ver a morte, por ter agradado a Deus, andando com Ele (Hebreus 11:5).

Qual, então, seria a diferença fundamental e essencial entre os dois Enoques? Como podemos evitar sermos como o Enoque de Caim? Como podemos nos tornar como o Enoque de Sete? Em primeiro lugar, somos por natureza descendentes do Enoque de Caim; somos pecadores e homicidas. Mas Deus pode nos transformar no Enoque de Sete, porque Ele providenciou um substituto:

“O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, quando este havia resolvido soltá-lo. Mas vós negastes o Santo e Justo, e pedistes que se vos desse um homicida; e matastes o Autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas.” (Atos 3:13-15)

Quantas vezes você se perguntou o que Barrabás significava? Ele tipificava o Enoque de Caim, pois, sendo homicida, foi colocado lado a lado com o Autor da vida, e dos dois, o homicida foi recebido pelos seus semelhantes; mas o Senhor ali representava melhor que ninguém o Enoque de Sete, pois alcançou testemunho de que agradara a Deus:
“Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi.” (Mateus 17:5)

Segundo, não há registro da vida do Enoque de Caim, mas vemos os dias do Enoque de Sete. Do mesmo modo, Deus desconsidera os dias de vida daqueles que são achados separados dEle; mas se somos achados em Cristo, e nele estamos diante do Senhor, se no nosso coração habita a sabedoria de Deus, então nossos dias serão contados diante do Senhor, e alcançarão sua plenitude, pela graça dEle.

Terceiro, o Enoque de Caim aponta para o nome do homem, enquanto que o Enoque de Sete para o nome de Deus. Nisso também vemos o paralelo com o nosso Senhor Jesus Cristo: “Pai, glorifica o teu nome. Veio, então, do céu esta voz: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei.” (João 12:28)

Finalmente, o Enoque de Caim provou a morte como qualquer outro homem, mas não o Enoque de Sete, porque agradou a Deus, e Deus o preservou da morte. Na verdade, em Cristo, Deus também nos preserva da morte: “Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês isto? Respondeu-lhe Marta: Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.” (João 11:25-27)

Assim, qual a diferença entre o Enoque de Caim e o Enoque de Sete? A resposta é simples: Cristo é a diferença. Ainda que o Cristo ainda estivesse oculto nos tempos de Enoque, este o contemplou pela fé, sendo achado nele. O Enoque de Sete foi uma figura de Cristo, e é pra nós ainda uma figura daquele que segue a Cristo; temos hoje, no Cristo revelado, uma oportunidade de nos transformarmos, do Enoque de Caim, no Enoque de Sete; de em Cristo acharmos nosso substituto, de em Cristo contarmos nossos dias, de em Cristo glorificarmos o nome de Deus, e de em Cristo acharmos a vida que vence a morte.

Assim, termino com uma pergunta. Qual dos dois Enoques você é? “Para estes também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor com os seus milhares de santos, para executar juízo sobre todos e convencer a todos os ímpios de todas as obras de impiedade, que impiamente cometeram, e de todas as duras palavras que ímpios pecadores contra ele proferiram.” (Juda
História da Tradução

História da Tradução | Os Originais | Antigo Testamento Hebraico | Novo Testamento Grego | Outros Manuscritos | A Primeira Tradução | Outras Traduções | Primeiras Escrituras Impressas | Descobertas Arqueológicas A Bíblia – o livro mais lido, traduzido e distribuído do mundo – desde as suas origens, foi considerada sagrada e de grande importância. E, como tal, deveria ser conhecida e compreendida por toda a humanidade. A necessidade de difundir seus ensinamentos, através dos tempos e entre os mais variados povos, resultou em inúmeras traduções para os mais variados idiomas. Hoje é possível encontrar a Bíblia, completa ou em porções, em mais de 2.400 línguas diferentes.

:: Os Originais
:: Antigo Testamento Hebraico
:: O Novo Testamento Grego
:: Outros Manuscritos
:: A Primeira Tradução
:: Outras Traduções
:: As Primeiras Escrituras Impressas
:: Descobertas Arqueológicas

A VIDA DE ABRAÃO
Gênesis 18:1-22

Versículo para memorização ! Gênesis 17:19

(Os estudantes da Bíblia mais entusiasmados leiam Gênesis 13-18)
Aprendemos sobre um homem chamado Abrão, como Deus o chamou e os grandes planos que tinha para ele. Muitas vezes, Abrão foi tolo e incrédulo, mas Deus é sempre fiel.
Abraão era rico assim como Ló, seu sobrinho. Tinham tantos rebanhos que houve problemas entre seus pastores, então se separaram. Abrão habitava na montanha e Ló mudou-se continuamente mais perto de Sodoma, uma cidade bastante perversa, até que chegou a viver nela. Certa vez foi capturado por um guerreiro perverso e Abrão foi e, com a benção de Deus, libertou Ló, mas Ló continuou a viver em Sodoma.

Depois disso, Deus apareceu outra vez para Abraão e o relembrou de todas as promessas que ele tinha recebido de Deus. Em vez de confiar e esperar unicamente no Senhor, Abrão e Sarai inventaram um plano maldoso para ter um filho. O plano realizar-se com o uso impróprio de Agar (serva de Sara). Agar teve um filho de Abrão. Esse filho foi chamado Ismael, e foi o desejo de Abrão que Deus abençoasse Ismael, e que as promessas viriam através dele. Entretanto Deus recusou-se a fazer isso e relembrou Abrão de que Sarai deveria ter um filho e que, somente através desse filho, Isaque, viria a benção. Podemos aprender de tudo isso, que Deus tem

Seus meios de fazer as coisas e que nunca as faz de outra maneira. Em vez de Ismael tornar-se o abençoado, como Abrão desejava, tornou-se uma grande nação e é uma maldição para a verdadeira semente de Abrão ainda hoje. Depois disso Deus apareceu a Abrão, cujo nome foi mudado, por Deus, para Abraão. O nome de Sarai também foi mudado para Sara.

Abraão tinha aproximadamente 100 anos e Sara, 90. Relembre-se de que a expectativa de vida está diminuindo continuamente por causa do pecado e da enfermidade, e a idade para se ter filhos agora vai dos 25 aos 70 anos. Mas Deus diz que agora é o tempo. Em menos de um ano Sara terá o filho prometido. Abraão e Sara podiam regozijar-se muito no Senhor agora pela benção que esperava há anos, e pela qual até pecaram, mas que agora vinha através do poder e graça de Deus.
Perguntas ! A VIDA DE ABRAÃO

1. Abrão sempre foi fiel a Deus?
2. Abraão era um pobre pastor?
3. Quem era Ló?
4. Qual foi o problema que houve entre Abrão e Ló?
5. Qual foi a solução deles para esse problema?
6. Onde Abrão foi viver depois disso?
7. Onde Ló foi viver depois disso?
8. Que tipo de vizinhos Ló teve?
9. O que aconteceu quando Ló foi capturado?
10. Qual era o nome da serva de Sarai?
11. Que papel ela desempenhou na vida de Abrão?
12. Qual era o nome do filho que ela deu a Abrão?
13. Qual era o plano de Abrão para Ismael?
14. Qual foi a resposta de Deus para o pedido de Abrão?
15. Qual foi o efeito que Ismael teve sobre a semente de Abrão?
16. O que Deus chamou Abrão?
17. O que Deus chamou Sarai?
18. Qual era a idade de Abraão e Sara quando Isaque nasceu?
19. Abraão era um grande guerreiro?
20. Quem abençoou Abraão depois da batalha?

Acabe, Jezabel e o poder

1. Como a Bíblia descreve o reinado de Acabe? I Reis 16:28-30
2. Quais foram algumas das coisas que os reis anteriores fizeram? I Reis 12:25-33; 13:33 e 34; 14:22-27; 15:26 e 34; 16:15-20 e 25 "Dois anos antes da morte de Asa, Acabe começou a reinar em Israel. Seu reinado foi marcado desde o início por uma estranha e terrível apostasia." – Ellen G. White, Profetas e Reis, pág. 114. Sob nossa perspectiva, é difícil entender como esses reis podem ter caído em tanto pecado e apostasia. Mas esse é o problema: enxergamos o caso sob nossa perspectiva, não pela deles.

Quem sabe o que poderíamos ter feito se estivéssemos na mesma posição? Que passos você pode dar para se proteger contra as mudanças lentas e contínuas em direção ao pecado? O poder é algo que não podemos subestimar. Infelizmente, há abuso de poder com freqüência. Todos os dias o noticiário está cheio de todos os tipos de pessoas que abusam do poder que têm.

Você se lembra de quando Deus tornou os israelitas Seu próprio povo? Ele os conduziu pelo deserto, levando-os por Seu caminho. Depois trouxe-os ao Rio Jordão, fê-los marchar ao redor de Jericó, depois entrar em Canaã e conquistá-la, e então, estabelecer uma nação.

Quando desejaram um rei, Deus os deixou seguir sua vontade. Mas advertiu-os sobre os problemas que acompanham as pessoas que têm poder, e por volta de 874 a.C.* eles foram liderados pelo rei Acabe, que se casou com Jezabel, princesa de Sidom. E, por causa dela, eles também tiveram o culto a Baal. ezabel praticamente tentou assumir o poder. Ela é mencionada como quem matava os profetas do Senhor e alimentava 850 profetas de Baal e Aserá. Obadias, o administrador do palácio de Acabe, teve que tomar algumas medidas secretas para esconder os profetas do Senhor no deserto.

Após três anos de fome, Acabe e Obadias foram ao deserto procurar pasto verde.
Deus teve que intervir. Usou Elias para mostrar que Ele é que tem o poder. Provando que tinha o poder, Deus não só salvou os profetas no deserto, mas limpou a terra dos profetas dos falsos deuses importados.

Nesse caso, a vontade de Deus era ter uma nação guiada por Ele, uma nação que devia ser santa e justa, seguindo o único Senhor. Pessoas atrapalharam os planos originais de Deus; e Acabe – o pior dos reis de Israel até então –, e Jezabel – que odiava o Senhor –, procuraram destruir tudo o que Deus desejava. Mas Deus tinha o poder, e interveio. E ainda tem o poder.

Nesta semana estudaremos o poder, e como pode haver abuso dele.
*Edwin R. Thiele, A Chronology of the Hebrew Kings (Grand Rapids, Mich., Zondervan Publishing House, 1977).
Lindsay Meharry | College Place, EUA
________________________________________
Segunda, 10 de setembro

Deus salve o rei (Ele tentou)

3. Logo depois de a Bíblia dizer que ele se casou com Jezabel, o que Acabe passou a fazer? I Reis 16:31-33 Além de já estar tão cheio de pecado e transigência, provavelmente, Acabe não precisou de muita ajuda de sua esposa pagã não só para servir a Baal, mas também para ajudar a espalhar a adoração de Baal pela nação de Israel.

4. Que evidência temos de suas tentativas de erradicar a adoração do Deus verdadeiro e substituí-la pela adoração de Baal? I Reis 18:4 e 13; 19:1 e 2; 21:25
Um pecado levou a outro e a outro. Em breve, o rei chegou a tal nível de degradação que ele mesmo provavelmente não poderia ter imaginado. Que lições podemos aprender dessa triste história?Se Ele não é Senhor de tudo, não é Senhor de maneira alguma (I Reis 16:21-34). Seguindo uma longa tradição, Acabe acompanhou a linha de culto de seu pai, o rei Onri. Desde a divisão do reino judaico, as tribos do norte haviam sido guiadas por um culto substituto instituído pelo primeiro rei do norte, Jeroboão.

Deus havia estabelecido Jeroboão como o rei da federação das tribos do norte, em resposta à arrogante liderança do filho de Salomão, Roboão. Conquanto Deus reconhecesse a divisão do reino nas nações resultantes de Israel (norte) e Judá (sul), Ele ainda reivindicava a lealdade espiritual de ambas as nações. O templo que Ele havia estabelecido estava localizado em Judá. Temeroso de que aqueles que o apoiavam o abandonariam e comprometeriam a unidade do reino do norte, Jeroboão estabeleceu nova forma de culto e encontrou um local para ela.

Esse novo culto tornaria desnecessário que as pessoas de seu reino do norte viajassem a Jerusalém, no reino do sul. Em vez de confiar o assunto a Deus, que lhe havia conferido a autoridade real, Jeroboão tomou as coisas em suas próprias mãos a fim de assegurar para si a lealdade das tribos do norte.

Deus não Se agradou dessa falta de confiança nem do falso culto resultante. Contudo, todos os reis de Israel, inclusive Acabe, adotaram esse novo culto. Ele era uma mistura do sistema sacrifical instituído por Deus, com elementos humanos introduzidos pelos reis do norte. Acabe simplesmente seguiu a maneira em que foi educado. Infelizmente, foi esse sistema de culto comprometido que tornou fácil o passo seguinte, o qual levaria para mais longe ainda da verdade: seu casamento com

Jezabel.

Jezabel era a filha do rei sidônio Etbaal. Seu próprio nome indica sua lealdade ao culto pagão de Baal. O culto de Baal envolvia uma mistura bizarra de práticas sádicas, ritualismo vazio e perversões sexuais. Uma vez que Acabe tinha crescido num clima de transigência religiosa, pareceu um passo pequeno introduzir para seus súditos essa crassa nova forma de culto. A fim de agradar Jezabel, ele erigiu um templo para Baal na capital e facilitou o emprego de sacerdotes pagãos para a nova forma de culto.

O Senhor é um Deus de segundas chances (I Reis 17 a 20). Embora o casamento de Acabe com Jezabel não tenha sido agradável a Deus, Ele não desistiu facilmente. Enviou fome a Israel na esperança de que Acabe se arrependesse. "Será que vocês já esqueceram as palavras de encorajamento que Deus lhes disse, como se vocês fossem filhos dEle? Pois Ele disse: ‘Preste atenção, Meu filho, quando o Senhor o castiga, e não se desanime quando Ele o repreende. Pois o Senhor corrige quem Ele ama e castiga quem Ele aceita como filho.’ ...

Os nossos pais humanos nos corrigiam durante pouco tempo, pois achavam que isso era certo; mas Deus nos corrige para o nosso próprio bem, para que participemos da sua santidade. Quando somos corrigidos, isso no momento nos parece motivo de tristeza e não de alegria. Porém, mais tarde, os que foram corrigidos recebem como recompensa uma vida correta e de paz" (Heb. 12:5, 6, 10 e 11). Infelizmente, Acabe não via as coisas exatamente dessa forma. Em vez de aceitar a disciplina de Deus e ouvir Sua voz, ele deu ouvidos à influência pagã de sua esposa e resistiu aos profetas de Jeová.

A confrontação de Elias com os profetas de Baal no Monte Carmelo levou as coisas ao auge. A vitória de Deus no Carmelo pode ter mudado a onda da opinião pública, mas aparentemente não causou qualquer impacto positivo sobre Acabe e Jezabel. Como o faraó a quem Moisés havia confrontado (Êxo. 7 a 12), o coração deles só parecia se endurecer cada vez mais. Assim, Jezabel enviou uma mensagem ameaçadora a Elias, que resultou em sua fuga.

Impressionantemente, Deus não abandonou Israel e sua hierarquia patife. O rei Ben-Hadade, da Síria, formou uma aliança com 32 reis no esforço de conquistar Israel. Humanamente falando, essa era uma "barbada" para a aliança. Acabe não conseguiria ganhar essa batalha de jeito nenhum. Seus exércitos estavam sobrepujados no número de homens e no número de armas, e completamente cercados. Contudo, um profeta que falava pelo Senhor prometeu a vitória a Acabe na batalha iminente. As forças de Ben-Hadade foram completamente desbaratadas. Seus conselheiros ficaram convencidos de que a derrota era simplesmente o resultado de um erro tático, e não da providência divina.

Assim, insistiram com Ben-Hadade que formasse outro exército. Dessa vez, no entanto, eles não enfrentariam o inimigo israelita nas colinas, onde os carros de guerra de Ben-Hadade eram mais uma desvantagem que uma vantagem estratégica. Eles enfrentariam o exército israelita nas planícies, onde seus carros quase garantiriam a derrota de Israel. Em vasta desvantagem numérica, assim como o grupo de Gideão estivera muitos anos antes, o exército de Israel alcançou, uma vez mais, uma assombrosa vitória sobre a aliança. Deus não havia abandonado Seu povo.

Algumas pessoas não aprendem nunca (I Reis 21 e 22). Somos tentados a pensar que alguém que houvesse testemunhado o inequívoco poder de Deus no Carmelo, alguém que houvesse sido abençoado com um clima favorável desde os dias do Carmelo, e que houvesse recebido não uma, mas duas incríveis vitórias militares contra todas as probabilidades, teria se voltado para Deus.

]Mas, em vez disso, parece que Acabe assumiu uma atitude de invencibilidade que, com o tempo, tornou-se arrogância.Não há lugar algum que deixe isso mais claro do que a história de Nabote. Nabote possuía uma vinha adjacente à propriedade do rei. Acabe a desejou, mas Nabote recusava-se a vendê-la. Isso, contudo, não foi obstáculo para Jezabel.

Ela simplesmente contratou duas testemunhas falsas para acusar Nabote de um crime que ele não cometeu. Usando o poder do Estado e um sistema judiciário corrupto, ela conseguiu que ele fosse executado. Acabe ficou, então, livre para tomar posse da vinha cobiçada. Quão diferentes poderiam ter sido as coisas se Acabe tivesse sido criado na atmosfera de um culto puro e escolhido uma companheira à altura dos altos ideais que houvesse encontrado ali!

Dan Solís | College Place, EUA
________________________________________
Terça, 11 de setembro

"Abuso de poder"

5. Revise a história famosa em I Reis 18. Que princípios estavam em jogo?
6. Como Jezabel mostrou apoio aos profetas de seu culto? Veja I Reis 18:19
O conflito religioso explodiu quando Elias entrou repentinamente na presença do rei Acabe e anunciou que não haveria nem orvalho nem chuva a não ser pela palavra de Deus (I Reis 17:1). Esse foi um ataque direto contra Baal, deus da chuva e da fertilidade.

De volta para casa, ele teve que explicar a Jezabel por que não precisava preparar alimento no dia seguinte para todos os sacerdotes de Baal. De que tipo de influências negativas você está cercado? O que você pode fazer, tanto quanto possível, para se opor a essas influências? "Sob o governo perverso de Acabe, Israel afastou-se de Deus e corrompeu seus caminhos diante dEle.

"Fez Acabe, filho de Omri, o que era mau perante o Senhor, mais do que todos os que foram antes dele. Como se fora coisa de somenos andar ele nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, serviu a Baal, e o adorou. Levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria. Também fez um poste-ídolo, de maneira que cometeu mais abominações para irritar o Senhor o Deus de Israel do que todos os reis de Israel que foram antes dele".

"Acabe era fraco em força moral. Não tinha um senso elevado das coisas sagradas; era egoísta e sem princípios. Sua união em casamento com uma mulher de caráter decidido e temperamento positivo, que era devotada à idolatria, fez de ambos agentes especiais de Satanás para levar o povo de Deus à idolatria e terrível apostasia. O espírito resoluto de Jezabel moldou o caráter de Acabe. Sua natureza egoísta era incapaz de apreciar as misericórdias de Deus para com Seu povo e sua obrigação a Deus como guardião e líder de Israel.

O temor de Deus diminuía cada dia em Israel. Os símbolos blasfemos de sua idolatria cega eram vistos entre o Israel de Deus. Não havia ninguém que ousasse arriscar sua vida levantando-se em oposição aberta à idolatria blasfema que prevalecia." – Testemunhos Para a Igreja, vol. 3, págs. 262 e 263.

"Acabe narrou à sua mulher os acontecimentos maravilhosos do dia e as demonstrações extraordinárias do poder de Deus mostrando que Jeová, o Criador dos céus e da terra, é Deus; também que Elias tinha matado os profetas de Baal. Com isso, Jezabel, que era endurecida no pecado, ficou furiosa. Ousada, desafiante e resoluta em sua idolatria, declarou a

Acabe que Elias não havia de viver." – Ibidem, págs. 288 e 289.
"Os profetas de Deus eram aborrecidos pelo apóstata Israel porque, por intermédio deles, se revelavam seus pecados ocultos. Acabe considerava Elias inimigo porque o profeta era fiel em repreender as secretas iniqüidades do rei.

Assim, hoje, o servo de Cristo, o reprovador do pecado, encontra desdém e repulsas. A verdade bíblica, a religião de Cristo, luta contra uma forte corrente de impureza moral. O preconceito é mesmo mais forte no coração dos homens agora do que nos dias de Jesus." – O Desejado de Todas as Nações, pág. 587.
Jonathan M. Solis | College Place, EUA
________________________________________
Quarta, 12 de setembro

O viticultor sem sorte

7. Como Acabe permitiu que as coisas piorassem sob seu governo? A história da vinha de Nabote nos dá algumas indicações. I Reis 21:1-4
8. Leia o restante da história (I Reis 21:8-16). Como Jezabel alcançou seu objetivo? Que engano muito inteligente ela usou? O que esse fato nos diz sobre ela?
Nabote possuía uma vinha que ficava provavelmente no lado oriental da cidade de Jezreel.

Porque nesse lado a cidade terminava num terreno em declive, a vista da vinha devia ser de tirar o fôlego.1 Além disso, o nome Nabote significa "broto" ou "fruto".2 Portanto, muito provavelmente sua vinha era muito frutífera. Mas Nabote era um homem "sem sorte", pois sua vinha ficava no terreno vizinho ao rei de Israel, e Acabe desejava as terras de Nabote. Como rei, Acabe teria tido acesso a vários pomares, mas agora ele queria um com uma linda vista.

Acabe tentou persuadir Nabote a trocar as terras e, quando isso falhou, a vendê-las. Nabote, contudo, não estava interessado, já que achava que estaria desobedecendo ao código levítico se transferisse as terras para alguém que não fosse da família. Sob as provisões do ano do jubileu (Lev. 25:13-28), teria sido possível redimir suas terras; no entanto, mesmo assim ele não estava disposto a vendê-las a Acabe.
Certamente, Nabote estava dentro de seu direito em recusar; mas Acabe, como um pirralho mimado, foi para casa de mau humor. Como era de se esperar, Jezabel desejou saber por que Acabe estava aborrecido. Infelizmente para Nabote, ela não disse para

Acabe esquecer aquilo. Em vez disso, planejou conseguir a vinha escrevendo cartas em nome de Acabe, nas quais acusava Nabote falsamente de blasfêmia contra Deus e o rei. Para piorar as coisas, foi proclamado um jejum, e colocaram Nabote sentado "no lugar de honra" (I Reis 21:9). Essencialmente, Jezabel usou a religião como um disfarce para o mal, uma ocorrência freqüente ao longo da História.

De acordo com a lei judicial israelita (Núm. 35:30; Deut. 17:6), duas testemunhas, a quem a Bíblia se refere como "homens de mau caráter" (I Reis 21:13), foram compradas para testificar e agitar o povo, que voluntariamente levou avante o jogo sujo. O resultado foi: Nabote e seus filhos foram apedrejados, e Jezabel disse a Acabe que tomasse posse da vinha.

A cada passo da história, até então, a pagã Jezabel havia torcido a lei de Deus para seu próprio benefício; e seu marido azedo permitiu que ela fizesse isso. A história não estava terminada, porém. Elias apareceu para contar a Acabe sobre a punição para o ato de homicídio deles. Mas Elias também disse a Acabe que Deus havia deixado a porta aberta para a misericórdia se Acabe se arrependesse. Acabe se humilhou; mas sabemos, ao continuar lendo, que isso foi apenas temporário.

Nunca devemos nos esquecer de que Deus "tem paciência [conosco] porque não quer que ninguém seja destruído, mas deseja que todos se arrependam dos seus pecados" (II Ped. 3:9). Devemos também nos certificar de que nosso arrependimento é verdadeiro.

1. The SDA Bible Commentary, vol. 2, pág. 834.
2. The Word in Life Study Bible, New King James Version (Thomas Nelson, Inc.: Nashville, Tenn., 1996), pág. 635.
Kyle S. Craig | College Place, EUA
________________________________________
Quinta, 13 de setembro

Como tomar boas decisões

9. Como, finalmente, tanto Acabe como Jezabel chegaram ao fim? I Reis 22:29-40; II Reis 9:30-37
10. Quem mais seguiu a influência de Acabe e Jezabel? I Reis 22:51-53
A vida tem tudo a ver com tomar boas decisões. Tomamos decisões todos os dias – o que comer, com quem passar tempo, e que tarefas priorizar. As boas decisões levam ao contentamento e a uma vida realizada, enquanto as más decisões levam ao desapontamento, à dor e ao caos interior. Como a Bíblia diz, você colhe o que semeia (Gál. 6:7).

A arte de tomar boas decisões produz uma vida melhor. Jesus disse que Ele veio para dar-nos vida abundante (João 10:10). Portanto, o ato de tomar boas decisões vem somente de Deus. Eis aqui algumas maneiras por meio das quais você pode tomar boas decisões:

1. Entregue sua vontade a Deus. Dando-nos o dom do livre-arbítrio, Deus escolheu permitir que determinássemos nosso futuro. A melhor decisão que podemos tomar para nossa vida, é claro, é dar nosso coração e nossa vida a Deus e deixar que Ele nos dirija.

Ao fazer isso, podemos começar a viver uma vida feliz e mais realizada (Rom. 12:1 e
2). Uma vontade não rendida a Deus é o mais sério de todos os obstáculos à descoberta da vontade de Deus. Ele não revela Sua verdade àqueles que não estão dispostos a crer nela, nem revela Sua vontade àqueles que não estão dispostos a cumpri-la.

2. Escolha cuidadosamente suas alianças. (Ver Provérbios 18:24.) Acabe e Jezabel, como casal, trouxeram à tona o pior um do outro. Ambos desejavam controle completo e total sobre sua própria vida e a vida dos outros. Eles desejavam escolher o seu deus, a sua maneira de governar, a sua vontade em tudo. Quando você enfrentar uma decisão crucial, certifique-se de buscar o conselho de pessoas sábias. Entretanto, não deixe que elas tomem a decisão por você.

3. Conheça seus limites. Como rei e rainha, Acabe e Jezabel passaram dos limites.

Eles abusaram de seu poder e autoridade sobre o povo de Israel. Forçaram o povo a adorar um deus que não era Deus, o nosso Deus. Como cristãos, devemos seguir os mandamentos de Deus, especialmente o que diz: "Ame os outros como você ama a você mesmo" (Marcos 12:31).

4. Peça sabedoria a Deus. (Ver Provérbios 3:5 e 6.) Muitos de nós dedicamos a vida à busca de conhecimento. Desejamos saber de onde viemos, como chegamos aqui, por que o céu é azul... Acho que é muito importante ter compreensão, porque todos somos "cebolas humanas" – temos muitas camadas.

Devemos saber por que é importante dar tudo a Deus, por que devemos escolher nossas alianças cuidadosamente, e por que devemos conhecer nossos limites. É importante conhecer a Deus e conhecer a nós mesmos. Acabe e Jezabel são o exemplo perfeito de duas pessoas que tomaram decisões erradas. Todos podemos aprender muito com eles e fazer o oposto, seguindo a Deus, confiando nEle em tudo o que fazemos, e amando e respeitando um ao outro.

Melissa Rose Mauck | College Place, EUA
________________________________________
Sexta, 14 de setembro

O Que Tem a ver com os genes
Muitas vezes, fico pensando em quanto conhecimento tinham de genética Acabe e as pessoas de seu tempo. A genética é um ingrediente importante para um casamento bem-sucedido. Quando estamos procurando um futuro companheiro, reconhecemos o fato de que a genética de nossos filhos será grandemente determinada por nosso cônjuge, e que nosso cônjuge tem certas características básicas como resultado de certos genes.

No mundo antigo, contudo, parece que o status econômico e a distinção social desempenhavam um papel maior na escolha de um cônjuge do que a composição genética. Mas também o status sócio-econômico podia ser parcialmente determinado pela composição genética.

No caso de Acabe, ele devia ter tomado tempo para observar o que Deus tinha dito sobre genética: "Até a terceira e quarta geração." Após o fiasco do assassinato de Elá, Onri, o pai de Acabe, iniciou um novo reinado, porque não era descendente direto do rei anterior, Elá. I Reis 16:25 diz que Onri "pecou contra o

Senhor Deus mais do que todos aqueles que haviam sido reis antes dele". I Reis 16:30 diz a mesma coisa de Acabe, mas tira tempo para mencioná-lo como filho de Onri, embora isso já tivesse sido declarado anteriormente. Eu sugeriria que isso não é simplesmente excessivo, mas que mencionar Acabe como o filho de Onri dá reconhecimento ao papel que os genes de Onri desempenharam na pessoa de Acabe.

I Reis 16:31 diz que tinha sido uma coisa trivial para Acabe andar nos caminhos de "do rei Jeroboão". Esse texto também apresenta Baal após apresentar "Jezabel, filha de Etbaal, rei de Sidom". Acabe foi além de meramente ter bezerros de ouro para as pessoas adorarem a Deus; ele tentou substituir a Deus completamente. O verso diz que ele "adorou o deus Baal". O pai de Jezabel era o sumo sacerdote de Astarote, cujo culto estava intimamente aliado ao culto de Baal.

Por ocasião da morte de Jezabel, Jeú ordenou que ela fosse enterrada, porque era a filha de um rei. Contudo, quando foram enterrá-la, não conseguiram fazê-lo, pois seu corpo havia sido feito em pedaços. Jeú desejava enterrá-la como reconhecimento de sua herança social. Mas Deus permitiu que ela fosse destruída, provando que o que é importante é a herança genética com a qual você vive. Jeú destruiu toda a casa de Acabe, porque a impiedade havia sido transmitida à genética de sua família. Por Jeú ter feito isso, ele recebeu uma promessa de Deus:

"Até a quarta geração os seus descendentes serão reis de Israel" (II Reis 10:30). Esse também não é simplesmente um comentário excessivo, e não foi por sorte que os descendentes de Jeú iriam reinar até à quarta geração.
A genética, em si, está muito longe de determinar a sua salvação; mas desempenha um importante papel na vida que você leva, na vida que você leva os que estão ao seu redor a levarem, e na vida que seus filhos levarão.

Jason Vyhmeister | Walla Walla, EUA
________________________________________


ACABE REI DE ISRAEL

A cabe foi um rei politicamente forte e muito poderoso, mas muito fraco na moralidade pessoal. Ele fez alianças com Fenícia, Judá e Síria e levantou Israel como uma nação. No entanto, ele permitiu que sua esposa e rainha, Jezabel, uma mulher estranha para Israel, tanto na nacionalidade quanto na prática religiosa, promovesse idolatria em Israel. Isso provocou a ira de Deus e levou à queda de Acabe. Ele juntou-se a sua rainha na prática de idolatria, no entanto se humilhou diante de Deus ocasionalmente. Ele morreu em batalha em 853 a.C.
Israel invadido pelos siros

Podemos ler sobre como aconteceu a guerra entre Israel e a Síria, também chamada de “Arã” (1 Reis 20:1-21). Ben-Hadade, o rei da Síria, fez uma proposta, esperando que Acabe recusasse. Essencialmente, Síria exigiu que Acabe pagasse tributo à Síria que consistia de tudo de valor em Israel. Acabe teria que recusar isso, e seria o pretexto da Síria para guerra.

Pode ser que Ben-Hadade estava com medo que Israel estivesse ficando forte demais, assim obrigando Acabe a lutar. Acabe deu sua resposta famosa: “Dizei ao rei, meu senhor: Tudo o que primeiro demandaste do teu servo farei, porém isto, agora, não posso consentir. E se foram os mensageiros e deram esta resposta.

Ben-Hadade tornou a enviar mensageiros, dizendo: Façam-me os deuses como lhes aprouver, se o pó de Samaria bastar para encher as mãos de todo o povo que me segue. Porém o rei de Israel respondeu e disse: Dizei-lhe: Não se gabe quem se cinge como aquele que vitorioso se descinge” (1 Reis 20:9-11). Isso foi uma resposta corajosa, mas arrogante. Acabe avisou ao Ben-Hadade que não agisse como se já houvesse ganho.

Mas a arrogância de Acabe é vista no fato que ele não buscou a ajuda de Deus.
Com a batalha marcada para começar, Deus interveio para que Israel soubesse “que eu sou o Senhor” (1 Reis 20:13). Acabe fez como o profeta o instruiu, e a Síria foi derrotada. Mas os siros tiveram uma idéia. Teria uma segunda batalha (1 Reis 20:22-43). Os siros atribuíram corretamente a vitória de Israel ao seu Deus.

Julgando-o como o Deus apenas dos montes, eles decidiram atacar Israel nas planícies (1 Reis 20:23,28). Novamente Acabe se preparou para a batalha sem buscar a ajuda de Deus. Novamente Deus interveio, não por causa de Acabe, mas porque os siros pensaram que ele era apenas “um deus dos montes”. Os siros foram derrotados com grandes perdas. Acabe, confiando na seu próprio juízo político, poupou Ben-Hadade e fez uma aliança com ele (1 Reis 20:32-34).

O Senhor ficou irado com Acabe por ter poupado Ben-Hadade. Deus predisse que na próxima batalha, Ben-Hadade venceria e Acabe morreria. Acabe ficou “desgosto e indignado” com a repreensão de Deus (1 Reis 20:42-43).
Há muito para aprendermos, hoje em dia, desta história. Algumas coisas para você pensar a respeito:

Primeiro, Deus deve receber a glória que ele merece. Ele não é um Deus apenas dos montes, mas do universo que ele mesmo criou. Os siros não tiveram respeito suficiente pelo poder de Deus, e muitos hoje em dia também não têm! Temo por aqueles que não reconhecem Deus e não lhe dão a glória correta na suas vidas (1 Coríntios 1:24-25; Mateus 19:26; 22:29; Romanos 4:20-22). Segundo, as coisas destinadas a destruição devem ser destruídas. Há coisas que o cristão deve destruir em relação aos seus pecados, suas atitudes e características perversas (Romanos 6:6; Gálatas 2:20; 5:24).

A vinha de Nabote

A cabe desejava a vinha de Nabote em Jezreel para usar como horta, e fez uma oferta para trocar terrenos. Nabote recusou a oferta de Acabe, e o rei ficou “desgostoso e indignado” (1 Reis 21:1-4). Jezabel planejou matar Nabote e seus filhos (1 Reis 21:7; 2 Reis 9:26), acusando-o com falsa acusações feitas por “homens malignos” que ela subornou. Nabote foi morto por crimes pelos quais ele foi acusado falsamente, e com a sua morte, Acabe tomou posse da sua vinha. Deus mandou Elias para profetizar contra Acabe pela sua maldade. As oportunidades de

Acabe para se tornar uma pessoa melhor haviam acabado (1 Reis 21:17-24). A profecia consistia de três partes principais:
 O sangue de Acabe seria derramado no mesmo lugar.
 A casa de Acabe seria destruída.
 Cães comeriam Jezabel.
Acabe arrependeu-se e Deus adiou a destruição de sua casa até após a sua morte (1 Reis 21:27-29). Novamente podemos ver algumas lições importantes neste episódio da vida de Acabe:

Primeiro, não devemos ser tão fracos moralmente (como Acabe foi) que se torna fácil para os injustos nos manipularem (como Jezabel fez) (1 Reis 21:25-26). Dá para entender que Acabe nunca ficou confortável com as concessões que fez mas não estava disposto a tomar uma posição moral corajosa (Mateus 6:24). Segundo, Deus irá retribuir mal por mal. No final das contas, nenhum mal fica sem pagar. Para homens e mulheres de fé, o preço foi pago por Jesus e aceito por nós através da nossa obediência fiel. O preço foi o sangue de Cristo. Para os sem fé, o preço será cobrado no julgamento final (Romanos 12:17,19; 2:5-6).

Israel e Judá invadem o território siro

A cabe pediu que o Rei Josafá de Judá os ajudasse em recapturar Ramote-Gileade. Josafá concordou em ajudar Acabe mas pediu orientação profética de Deus. Quatrocentos falsos profetas profetizaram sucesso. Micaías, um verdadeiro profeta de Deus, predisse derrota e foi preso (1 Reis 22:5-8,27-28).

Na batalha resultante, os siros foram vitoriosos. Apesar de estar disfarçado, Acabe foi morto por uma flecha perdida (1 Reis 22:34-37). Acabe morreu corajosamente na batalha. Os cães lamberam o sangue de sua carruagem no poço de Samaria, assim cumprindo uma parte da profecia de Elias (versículo 38). A profecia inteira seria cumprida em breve.

Novamente, estamos lembrados de algumas coisas importantes para nós também. A palavra de Deus é verdadeira e deve ser obedecida. Assim como Acabe escolheu não acreditar em Micaías o profeta, podemos fingir que a Bíblia não diz o que diz, preferindo alguma outra coisa, mas isso não muda a verdade (João 8:31-32,44-45; 14:6; 17:17; 18:37).

De certas maneiras Acabe teve muito êxito. Ele ganhou algumas batalhas. Sua nação prosperou durante seu reinado; ele é conhecido por construir cidades em Samaria. Mas sua vida acabou tragicamente, e ele entrou na eternidade afastado de Deus. Ele ouviu Jezabel demais e não ouviu Deus o suficiente.

Ele foi um rebelde orgulhoso em vida, mas agora o orgulho se foi. É um sucesso vazio nesta vida que é seguido por derrota eterna! Deus foi paciente com Acabe. Não precisava acabar daquele jeito. Não tem que acabar daquele jeito com nenhum de nós!
–por Jon W. Quinn

ELIAS Vencendo o Desânimo

Que contraste! Em 1 Reis 18, Elias era forte e corajoso. Logo no próximo capítulo ele entrou em pânico e fugiu para salvar sua vida. O que acontecia? O que enfraquecia este grande profeta e fazia com que ele esquecesse seu dever? Era o desencorajamento que fazia Elias cair. Precisamos tomar cuidado porque o desânimo pode incapacitar nossa vida espiritual também.

O contexto da vitória de Elias no capítulo 18 é impressionante. A idolatria, especialmente a adoração de Baal, dominava o país de Israel. O rei e a rainha desta nação, Acabe e Jezabel, eram totalmente corruptos. Neste ambiente espiritual desanimador, a voz solitária de Elias soava em oposição. Ele lançou um desafio aos falsos profetas para disputarem para ver quem era o Deus verdadeiro.

A competição seria simples: seriam preparados sacrifícios no altar e o deus que respondesse com fogo do céu para queimar o animal seria o vencedor. Os resultados foram inconfundíveis. Os idólatras clamaram a Baal desde a manhã até o meio da tarde, mas não houve resposta.

Em contraste, Elias cavou uma valeta em volta do seu sacrifício, molhou o animal com doze baldes de água até o ponto em que a valeta ficou cheia e então, calmamente pediu ao Senhor que o consumisse. O fogo de Deus não somente queimou o boi, mas também as pedras do altar, a água da valeta e até a terra em volta dele. Esta demonstração dramática convenceu o pov, e os falsos profetas foram executados.

Imediatamente após, Elias partiu para o palácio em Jezreel, onde Jezabel mandou dizer que planejava matá-lo no dia seguinte. Desanimado, Elias fugiu. Ele disse ao Senhor que queria morrer e então fugiu durante quarenta dias e noites. O desânimo nem sempre é pecaminoso, mas leva ao pecado freqüentemente.

Neste caso, a depressão do profeta levou-o a esquecer seu posto de serviço, fraquejar em sua fé em Deus e, finalmente, tornar-se egoísta. Ele se queixou que era o único restante que servia ao Senhor fielmente. A vida de Elias, então, oferece um modelo útil para estudar o desencorajamento, o que o causa e como vencê-lo.

Causas
Ironicamente, um dos principais fatores que produziam o desânimo de Elias era a grande vitória que ele conseguira no Monte Carmelo contra os falsos profetas. Vitórias espirituais decisivas são momentos especialmente vulneráveis; somos mais suscetíveis nesses momentos tanto ao orgulho como ao desencorajamento. Neste caso, sem dúvida, Elias previu um reavivamento avassalador. Talvez ele esperasse que Acabe e Jezabel de

algum modo conduzissem a nação inteira ao arrependimento. Assim, o desafio continuado de Jezabel foi uma decepção. A mesma coisa pode acontecer conosco. Quando as coisas vão bem, nossas expectativas são grandes. Então vem o revés, e ficamos desencorajados.

Uma segunda coisa que causou a depressão de Elias foi seu fracasso em conseguir os resultados desejados. Depois de anos de fidelidade ao Senhor e depois da matança dos falsos profetas, nada tinha realmente mudado. Ou assim parecia. É extremamente desanimador trabalhar, trabalhar, trabalhar e mesmo assim não ver resultado positivo.

Isto não é incomum. Noé, um pregador da justiça (2 Pedro 2:5), procurou salvar somente sua própria família. Jesus mesmo foi desprezado e rejeitado (Isaías 53:3; João 1:11). Muitos dos mais diligentes servos de Deus têm experimentado a frustração de ver os pequenos resultados de seu labor.

Quando vemos pouco ou nenhum fruto de nossas atividades no serviço do Senhor, precisamos ser pacientes (Gálatas 6:9) e confiar em que a colheita virá (1 Coríntios 15:58). Terceira coisa, Elias estava desanimado porque aqueles que deveriam estar servindo o Senhor se esqueciam dele. Acabe e Jezabel deveriam ter sido os guias espirituais daquela nação. A conduta deles era desmoralizante. Para nós, poem ser os irmãos que nos desapontam.

A oposição do mundo não surpreende, mas quando vemos aqueles que declaram estar servindo o Senhor voltar suas costas a ele, isto se torna mais do que podemos suportar. Isto não é um problema novo. Josué e Calebe ficaram virtualmente sós (Números 14). Num momento crítico em sua vida, Paulo foi abandonado por todos os irmãos (2 Timóteo 4:16). Precisamos continuar servindo a Deus, independente da resposta dos outros (Habacuque 3:17-18).

Uma quarta causa do desencorajamento de Elias foi a comiseração de si mesmo. Ele estava sentindo pena de si mesmo. Ele sentia que estava só, que todos os outros tinham abandonado o Senhor. É difícil ficar deprimido quando se está fixo na obra do Senhor, mas quando se está pensando principalmente em si mesmo, o desânimo quase sempre acontece.

A culpa era uma causa final da depressão de Elias. Ele tinha abandonado sua responsabilidade e agido sem a orientação de Deus. Ele sabia que estava errado porque estava na defensiva quando o Senhor falou com ele. Precisava de perdão e necessitava voltar ao seu posto de serviço. A culpa freqüentemente produz depressão. Algumas vezes, quando estamos abatidos, não precisamos simplesmente arranjar um modo de sentir melhor, mas precisamos de arrepender.

A pergunta de Deus

O Senhor veio a Elias duas vezes e perguntou: "Que fazes aqui, Elias?" (1 Reis 19:9, 13). Aqui estava um homem bom e justo que tinha caído. Como Deus lidaria com ele? Deus não ficou aborrecido ou desistiu dele. Por outro lado, Deus também não o mimou. O Senhor desafiou-o diretamente, ajudando-o a superar seu desânimo, e reassumir seu serviço fiel.

É encorajador perceber que Deus cuida de seus servos fracos e decaídos, e que ele trabalha para encorajá-los e restaurá-los. É também bom ver o modelo do Senhor quando procuramos ajudar a reerguer nossos irmãos quando se tornam abatidos. Não devemos abandoná-los com desprezo, mas também não devemos só tentar fazê-los se sentir melhor. Precisamos desafiá-los e ajudá-los a se levantar novamente na obra do Senhor.

Curas
Quando o Senhor visitou Elias na montanha e perguntou o que ele estava fazendo ali, Deus lhe disse para sair "e põe-te neste monte perante o SENHOR." Deus mostrou a Elias um vento grande e forte que quebrou as rochas da montanha em pedaços, depois revelou um terremoto e depois um fogo. Cada um deles demonstrava o poder de Deus, algo que Elias precisava ver urgentemente. Ele precisava de mais confiança no Senhor; precisava ver quem estava ao seu lado. Mas, surpreendentemente, o Senhor não estava no vento, nem no terremoto, nem no fogo.

Por fim, Elias ouviu um sopro suave e ali estava o Senhor! A lição parece ser que precisamos confiar no Senhor até mesmo quando não vemos nada dramático. Deus pode trabalhar quieto, por meios pequenos e aparentemente insignificantes. Precisamos deixar mais nas mãos de Deus e não esperar que ele sempre opere de uma maneira dinâmica e impressionante. Elias estava esperando um vento, um terremoto e um fogo, mas o Senhor estava num som soprado suavemente. Em tempos de desencorajamento, confiemos no Senhor, esteja ele agindo sensacionalmente ou imperceptivelmente.

Deus deu a Elias uma tarefa para cumprir. Ele lhe disse que ungisse Azael como rei sobre a Síria e Jeú como rei de Israel, e Eliseu como seu próprio sucessor. Elias precisava apressar-se; sua inatividade lhe havia dado simplesmente mais tempo para se lamentar. Dificilmente, ficamos deprimidos quando estamos ativos. Mas quando nos sentamos e remoemos um pensamento, então ficamos desanimados.

Finalmente, o Senhor falou a Elias sobre os 7000 que jamais haviam se prostrado diante de Baal. Elias não tinha percebido aqueles que eram os verdadeiros servos do Senhor. Ele nunca tinha observado que não era realmente o único restante. Quando estamos desencorajados, nossa tendência é pensar que tudo e todos estão contra nós. Precisamos reconhecer as coisas boas como as más.

Conquanto nossa tendência possa ser nos retirarmos daqueles que nos elevariam, os momentos de depressão são, muitas vezes, os próprios momentos em que precisamos mais da amizade de nossos irmãos. Posso não estar com vontade de ir à igreja, ou passar algum tempo com um irmão cristão, mas se eu fizer isso vou me sentir reanimado.

Aplicação
Os cristãos ficam, às vezes, desanimados. Nesses momentos precisamos voltar-nos para o Senhor e permitir que ele nos ajude a superar a depressão, para que não nos enfraqueçamos e nos afastemos dele. E para nós, como para Elias, as soluções são relativamente simples. Precisamos de mais confiança no Senhor, até mesmo quando não o observamos operando de modos dramáticos. Precisamos nos levantar e nos ocupar, deixando de pensar em nós mesmos. E precisamos ver o bem à volta de nós e passar mais tempo com nossos irmãos.

Lições de José na casa de Potifar
Prover-nos de bons exemplos é uma abordagem pela qual o Senhor decidiu instilar em nós um sentido de sermos bons modelos. Exemplos são efetivos para inspirar-nos a fazer uma mudança. Por exemplo, se um amigo acabou de perder cem reais, pode-se raciocinar: "Se ele pôde perder cem reais, certamente poderei perder meus cinqüenta." Exemplos bíblicos não estão registrados meramente para serem leitura interessante; eles foram escritos para nosso aprendizado (1 Coríntios 10:11). A história de José na casa de Potifar registrada em Gênesis 39:1-12 provê algumas lições interessantes.

No versículo 2, o texto afirma: "O Senhor era com José que veio a ser homem próspero..." Ainda que isto se refira a tornar-se materialmente próspero, José era também, certamente, bem sucedido espiritualmente. Uma das lições que pode ser aprendida conforme a história se desenvolve é que até mesmo uma pessoa espiritualmente bem sucedida não está isenta da tentação. Paulo adverte: "Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia" (1 Coríntios 10:12). Precisamos estar sempre em guarda contra as manobras de Satanás.

"O Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José" (versículo 5). Uma segunda lição a ser aprendida é que até mesmo aqueles que estão fora do Senhor podem ser abençoados simplesmente por terem algum contato com aquele que está no Senhor. O trabalhador eficiente e bem apessoado pode ser instrumento útil para levar muitos a Cristo. A esposa crente que é casada com um descrente pode ter uma profunda influência para sempre sobre seu esposo (1 Pedro 3:1-2). Os cristãos orarão freqüentemente por não cristãos, até mesmo por inimigos. A influência de quem está no Senhor transcende o círculo somente de cristãos.

José era "formoso de porte e de aparência" (versículo 6). Uma terceira lição é que traços que o mundo estima podem tornar-se pedras de tropeço para aqueles que os possuem. Por exemplo, um jovem e bem apessoado zagueiro que está convencido de que é uma dádiva de Deus à humanidade, ou a moça bonita que se considera superior a outros tem uma visão confusa de prioridades. É óbvio, pelo texto, que José não permitiu que sua boa aparência fizesse-o tropeçar. Se você é uma pessoa que foi abençoada com uma aparência atraente, dê graças a Deus por ela mas não tropece por causa dela. Permaneça sempre humilde como nosso Senhor foi humilde.

José perguntou, piedosamente, "...como, pois, cometeria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?" (versículo 9). Um desserviço a um companheiro é, antes de tudo, um desserviço a Deus. Quando Natã expôs o pecado de Davi com Bate-Seba, a resposta do rei foi: "Pequei contra o Senhor" (2 Samuel 12:13). Mais tarde, quando Davi estava recordando seu terrível feito, ele falou para Deus: "Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos" (Salmo 51:4). O pecado de Davi não afetou outros?

Certamente que sim, de vários modos, mas ele afirmou que, com maior importância, ele tinha pecado contra seu Deus. Quando o filho pródigo recobrou finalmente seus sentidos, ele fez um voto "Levantar-me-ei e irei ter com meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti" (Lucas 15:18). Observe a ordem na qual "céu" e "diante de ti" aparecem. Que importante lição a ser recordada! Quando pecamos contra nosso companheiro, primeiro fazemos um desserviço a Deus. Há, ainda, outra lição a ser colhida. O registro inspirado informa ao leitor que a esposa de Potifar instigou José não uma só vez, mas antes "todos os dias" (versículo

10). Isto significa que ela tentou seduzi-lo tanto quando ele estava fraco como quando ele estava forte. Algumas das mais fortes tentações da vida são aquelas que ocorrem "todos os dias". Para quem está fazendo dieta, não é tanto uma única refeição farta que o "arruína," como são as tentações de todos os dias para apenas mais um bocado. Não admira que a organização dos Alcoólicos Anônimos lute para convencer os alcoólatras em recuperação a que vivam um dia de cada vez; se eles podem passar um dia sem uma bebida, isso é um grande sucesso!

Finalmente, a resposta de José à tentação de sua tentadora de impor-se a ele é impressionante. Uma palavra descreve a resposta: "fugiu" (versículo 12). José tinha uma escolha: ele poderia ficar e tentar justificar-se (pois afinal eram os atos dela e ele não tinha escolha) ou poderia fugir. Tem-se que desejar aceitar as conseqüências de seus próprios atos. Nunca se pode dizer "Ele (ou ela) me obrigou a fazer isto". Ele pode ter contribuído com a tentação mas ele não o forçou a fazer nada. Alguns anos atrás, um homem, na praia de Newport, na Califórnia, ignorou os sinais que diziam "Perigo! Não mergulhe, água rasa".

Quando ele sofreu sérios danos na coluna vertebral, depois de mergulhar na água, ele tentou processar a prefeitura por danos! Precisamos estar dispostos a aceitar as conseqüências de nossos próprios atos. Estas são algumas lições que podem ser aprendidas da história de José na casa de Potifar. Parece, contudo, que a lição mais importante a ser aprendida é a pureza moral. Honre, glorie e louve a Deus por nos dar este exemplo de pureza moral para homens de todas as gerações.

Larry Houchen
________________________________________

Abraão Creu em Deus"

Ser justificado é ser declarado "isento de culpa", e esse estado pode ser obtido diante de Deus somente de duas formas: obedecer à lei tão à risca que nunca pequemos (Romanos 2:13; Galátas 3:10-14) ou, havendo pecado, receber o perdão de Deus. Visto que "todos pecaram" (Romanos 3:23), buscar justificação por meio de um sistema de lei é se pôr debaixo da maldição (da perfeição exigida). A salvação deve ser encontrada em Cristo, que nos redimiu da maldição da lei, "fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar" (Galátas 3:13).

Mas isso exige "fé" em Cristo (Romanos 3:24-26). É nesse contexto que Paulo conclui: "o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei" (Romanos 3:28). Ele nos afirma que isso não anula a lei, mas a confirma (Romanos 3:31, o texto grego, de fato, não tem artigos antes da palavra lei).

Quando Paulo apresenta Abraão como exemplo de alguém justificado pela fé (Romanos 4:1-5), ele está contrapondo a confiança humilde na misericórdia de Deus (para o perdão, Romanos 4:6-8) com a confiança arrogante em si mesmo (para obedecer à lei à risca, Romanos 4:4). Atenção: "se Abrão foi justificado por obras, tem de que se gloriar" e "o salário . . .é considerado . . . como dívida" (Romanos 4:2, 4). Nesse contexto, quem "não trabalha" se refere àquele que reconhece suas falhas, não reivindica justiça baseando-se na "lei", mas "crê naquele que justifica o ímpio" (Romanos 4:5).

Tudo se esclarece quando se leva em conta o contexto. Mas para os que acreditam que o homem é totalmente depravado e tem que ter alguma regeneração miraculosa, a "fé" de Abraão se torna uma "experiência" ou "fé somente", e pensa-se "não pelas obras" nega a relação entre a obediência da fé e a justiça. Se quisermos ter fé como Abraão, precisamos entender a qualidade e o caráter desta fé.

Antes de Abraão deixar a Mesopotâmia, Deus apareceu-lhe com um chamado e uma promessa (Atos 7:2-4). Abraão "obedeceu" e "partiu" pela fé (Hebreus 11:8-10). Mais tarde, aos 75 anos de idade, saiu de Harã para Canaã (Gênesis 12:4). Deus apareceu para ele em Siquém, e somos informados de que construiu altares para o Senhor e "invocou o nome do Senhor" (12:7-8; 13:4, 18).

Quando irrompeu a guerra e Abraão resgatou a Ló, ele pagou o dízimo a Melquisedeque, o sacerdote de Deus; e Melquisedeque, tipo de Cristo, abençoou "a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo" (14:18-19). Tudo isso antes de se dizer a respeito de Abraão: "Ele creu no Senhor, e isso foi lhe imputado para justiça" (Gênesis 15:6). Claramente, esse testemunho específico não caracteriza uma "experiência de fé" inicial.

Aliás, a declaração "ele creu . . . e isso foi lhe imputado para justiça" se faz em três períodos completamente diferentes da vida de Abraão. 1) Em Gênesis 15:6, quando foi informado de que teria inúmeros descendentes, ele demonstrou a continuidade da fé que havia muito se tinha firmado (acima). 2) Romanos 4:19-22 nos conta que, por volta dos 100 anos, ele creu em Deus com respeito ao fato de Sara ter um bebê, "e isso foi lhe imputado para justiça".

Novamente, 3) quando Isaque era "rapaz" (crescido o bastante para levar lenha para o monte com seu pai S Gênesis 22:6), a fé de Abraão foi provada, e conta-se que ele "creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça" (Tiago 2:23). A "fé" de Abraão não era nenhuma experiência miraculosa. Era uma vida de obediência e serviço humildes de acordo com a vontade revelada de Deus. A justificação não era um acontecimento isolado no tempo, mas acompanhou a fé de Abraão por toda a vida.

Abraão não mereceu nem ganhou como salário a justificação, tampouco a vida perfeita de Cristo foi "imputada a ele". Romanos 4:3 afirma: "isso [a fé dele] foi lhe foi imputado para justiça". Essa "bênção" é então definida como o perdão dos pecados (4:6-8). O meio de obtermos a salvação é Jesus Cristo, a operação é o perdão, e a condição é a fé, conforme determinado e exemplificado na vida de Abraão. Nós nos aproximamos de Cristo "mediante a fé . . .

Porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes" e nos tornarmos descendentes de Abraão (Gálatas 3:26-29). Quando a nossa fé é bastante parecida com a de Abraão para fazermos o que ele mandar, recebemos o perdão dos pecados passados. À medida que continuamos a caminhar na vereda da fé, confessando os pecados e pedindo perdão, temos Cristo como advogado e veículo de misericórdia no futuro (1 João 1:5-2:2).

Observe em Hebreus 11 as características da fé de Abraão. Era centrada em Deus, não nele mesmo. Levava-o a obedecer, "sem saber aonde ia".  Pela fé, ele buscou uma cidade celeste e tinha alvos eternos. Sua fé foi tal, que ele não vacilou, nem olhou para trás. Ela permitia que ele enfrentasse a dura prova de oferecer o filho.

Não admira que a afirmação foi repetida várias vezes de que sua fé lhe foi imputada por justiça. E Paulo disse aos romanos: "E não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta, mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor" (Romanos 4:23-24).

- por Robert F. Turner

Elias Vencendo o Desânimo

Que contraste! Em 1 Reis 18, Elias era forte e corajoso. Logo no próximo capítulo ele entrou em pânico e fugiu para salvar sua vida. O que acontecia? O que enfraquecia este grande profeta e fazia com que ele esquecesse seu dever? Era o desencorajamento que fazia Elias cair. Precisamos tomar cuidado porque o desânimo pode incapacitar nossa vida espiritual também.

O contexto da vitória de Elias no capítulo 18 é impressionante. A idolatria, especialmente a adoração de Baal, dominava o país de Israel. O rei e a rainha desta nação, Acabe e Jezabel, eram totalmente corruptos. Neste ambiente espiritual desanimador, a voz solitária de Elias soava em oposição. Ele lançou um desafio aos falsos profetas para disputarem para ver quem era o Deus verdadeiro. A competição seria simples: seriam preparados sacrifícios no altar e o deus que respondesse com fogo do céu para queimar o animal seria o vencedor.

Os resultados foram inconfundíveis. Os idólatras clamaram a Baal desde a manhã até o meio da tarde, mas não houve resposta. Em contraste, Elias cavou uma valeta em volta do seu sacrifício, molhou o animal com doze baldes de água até o ponto em que a valeta ficou cheia e então, calmamente pediu ao Senhor que o consumisse. O fogo de Deus não somente queimou o boi, mas também as pedras do altar, a água da valeta e até a terra em volta dele. Esta demonstração dramática convenceu o pov, e os falsos profetas foram executados.

Imediatamente após, Elias partiu para o palácio em Jezreel, onde Jezabel mandou dizer que planejava matá-lo no dia seguinte. Desanimado, Elias fugiu. Ele disse ao Senhor que queria morrer e então fugiu durante quarenta dias e noites. O desânimo nem sempre é pecaminoso, mas leva ao pecado freqüentemente.

Neste caso, a depressão do profeta levou-o a esquecer seu posto de serviço, fraquejar em sua fé em Deus e, finalmente, tornar-se egoísta. Ele se queixou que era o único restante que servia ao Senhor fielmente. A vida de Elias, então, oferece um modelo útil para estudar o desencorajamento, o que o causa e como vencê-lo.

Causas

Ironicamente, um dos principais fatores que produziam o desânimo de Elias era a grande vitória que ele conseguira no Monte Carmelo contra os falsos profetas. Vitórias espirituais decisivas são momentos especialmente vulneráveis; somos mais suscetíveis nesses momentos tanto ao orgulho como ao desencorajamento. Neste caso, sem dúvida, Elias previu um reavivamento avassalador. Talvez ele esperasse que Acabe e Jezabel de

algum modo conduzissem a nação inteira ao arrependimento. Assim, o desafio continuado de Jezabel foi uma decepção. A mesma coisa pode acontecer conosco. Quando as coisas vão bem, nossas expectativas são grandes. Então vem o revés, e ficamos desencorajados.

Uma segunda coisa que causou a depressão de Elias foi seu fracasso em conseguir os resultados desejados. Depois de anos de fidelidade ao Senhor e depois da matança dos falsos profetas, nada tinha realmente mudado. Ou assim parecia. É extremamente desanimador trabalhar, trabalhar, trabalhar e mesmo assim não ver resultado positivo.

Isto não é incomum. Noé, um pregador da justiça (2 Pedro 2:5), procurou salvar somente sua própria família. Jesus mesmo foi desprezado e rejeitado (Isaías 53:3; João 1:11). Muitos dos mais diligentes servos de Deus têm experimentado a frustração de ver os pequenos resultados de seu labor.

Quando vemos pouco ou nenhum fruto de nossas atividades no serviço do Senhor, precisamos ser pacientes (Gálatas 6:9) e confiar em que a colheita virá (1 Coríntios 15:58). Terceira coisa, Elias estava desanimado porque aqueles que deveriam estar servindo o Senhor se esqueciam dele. Acabe e Jezabel deveriam ter sido os guias espirituais daquela nação. A conduta deles era desmoralizante.

Para nós, poem ser os irmãos que nos desapontam. A oposição do mundo não surpreende, mas quando vemos aqueles que declaram estar servindo o Senhor voltar suas costas a ele, isto se torna mais do que podemos suportar. Isto não é um problema novo. Josué e Calebe ficaram virtualmente sós (Números 14). Num momento crítico em sua vida, Paulo foi abandonado por todos os irmãos (2 Timóteo 4:16).

Precisamos continuar servindo a Deus, independente da resposta dos outros (Habacuque 3:17-18). Uma quarta causa do desencorajamento de Elias foi a comiseração de si mesmo. Ele estava sentindo pena de si mesmo. Ele sentia que estava só, que todos os outros tinham abandonado o Senhor. É difícil ficar deprimido quando se está fixo na obra do Senhor, mas quando se está pensando principalmente em si mesmo, o desânimo quase sempre acontece.

A culpa era uma causa final da depressão de Elias. Ele tinha abandonado sua responsabilidade e agido sem a orientação de Deus. Ele sabia que estava errado porque estava na defensiva quando o Senhor falou com ele. Precisava de perdão e necessitava voltar ao seu posto de serviço. A culpa freqüentemente produz depressão. Algumas vezes, quando estamos abatidos, não precisamos simplesmente arranjar um modo de sentir melhor, mas precisamos de arrepender.

A pergunta de Deus

O Senhor veio a Elias duas vezes e perguntou: "Que fazes aqui, Elias?" (1 Reis 19:9, 13). Aqui estava um homem bom e justo que tinha caído. Como Deus lidaria com ele? Deus não ficou aborrecido ou desistiu dele. Por outro lado, Deus também não o mimou. O Senhor desafiou-o diretamente, ajudando-o a superar seu desânimo, e reassumir seu serviço fiel.

É encorajador perceber que Deus cuida de seus servos fracos e decaídos, e que ele trabalha para encorajá-los e restaurá-los. É também bom ver o modelo do Senhor quando procuramos ajudar a reerguer nossos irmãos quando se tornam abatidos. Não devemos abandoná-los com desprezo, mas também não devemos só tentar fazê-los se sentir melhor. Precisamos desafiá-los e ajudá-los a se levantar novamente na obra do Senhor.

Curas

Quando o Senhor visitou Elias na montanha e perguntou o que ele estava fazendo ali, Deus lhe disse para sair "e põe-te neste monte perante o SENHOR." Deus mostrou a Elias um vento grande e forte que quebrou as rochas da montanha em pedaços, depois revelou um terremoto e depois um fogo. Cada um deles demonstrava o poder de Deus, algo que Elias precisava ver urgentemente. Ele precisava de mais confiança no Senhor; precisava ver quem estava ao seu lado. Mas, surpreendentemente, o Senhor não estava no vento, nem no terremoto, nem no fogo.

Por fim, Elias ouviu um sopro suave e ali estava o Senhor! A lição parece ser que precisamos confiar no Senhor até mesmo quando não vemos nada dramático. Deus pode trabalhar quieto, por meios pequenos e aparentemente insignificantes. Precisamos deixar mais nas mãos de Deus e não esperar que ele sempre opere de uma maneira dinâmica e impressionante. Elias estava esperando um vento, um terremoto e um fogo, mas o Senhor estava num som soprado suavemente. Em tempos de desencorajamento, confiemos no Senhor, esteja ele agindo sensacionalmente ou imperceptivelmente.

Deus deu a Elias uma tarefa para cumprir. Ele lhe disse que ungisse Azael como rei sobre a Síria e Jeú como rei de Israel, e Eliseu como seu próprio sucessor. Elias precisava apressar-se; sua inatividade lhe havia dado simplesmente mais tempo para se lamentar. Dificilmente, ficamos deprimidos quando estamos ativos. Mas quando nos sentamos e remoemos um pensamento, então ficamos desanimados.

Finalmente, o Senhor falou a Elias sobre os 7000 que jamais haviam se prostrado diante de Baal. Elias não tinha percebido aqueles que eram os verdadeiros servos do Senhor. Ele nunca tinha observado que não era realmente o único restante. Quando estamos desencorajados, nossa tendência é pensar que tudo e todos estão contra nós.

Precisamos reconhecer as coisas boas como as más. Conquanto nossa tendência possa ser nos retirarmos daqueles que nos elevariam, os momentos de depressão são, muitas vezes, os próprios momentos em que precisamos mais da amizade de nossos irmãos. Posso não estar com vontade de ir à igreja, ou passar algum tempo com um irmão cristão, mas se eu fizer isso vou me sentir reanimado.

Aplicação

Os cristãos ficam, às vezes, desanimados. Nesses momentos precisamos voltar-nos para o Senhor e permitir que ele nos ajude a superar a depressão, para que não nos enfraqueçamos e nos afastemos dele. E para nós, como para Elias, as soluções são relativamente simples. Precisamos de mais confiança no Senhor, até mesmo quando não o observamos operando de modos dramáticos. Precisamos nos levantar e nos ocupar, deixando de pensar em nós mesmos. E precisamos ver o bem à volta de nós e passar mais tempo com nossos irmãos.

- por Gary Fisher

Nenhum comentário:

Postar um comentário